DESCUBRO UM TESOURO EM MINHAS MÃOS

Uma paixão de sobressalto,
jamais preconcebida!
Heureca! Achei-as
e as imponho ao alto
Resgatei-as...
num grito e grande salto!

Minhas mãos...
existirá para mim algo no mundo
mas profundo qual fecundo,
que as minhas próprias mãos?

Com elas eu tateio
e à mulher amada
toco suave os seios
sensação inexplicada...

Mãos que transmitem dor e alegria
que vêm do âmago da minha poesia
ao escrever, teclar, expressar
tudo da alma em folia...

Mãos que prazeres me deram
de construir minha vida
pra nunca fazê-la perdida
e de tantos que a mim vieram
(vierem ou virão à vida, senão!)

Mãos, dedos, linhas-traços, texturas
embaraços, que marcaram-me as partituras
à luta que me impuseram
pelo bem ou pelo "bem", que me fizeram

Minhas mãos que juntas oram
pedindo aos que sempre imploram
amor, saúde, paz, harmonia,
sobretudo a alforria aos que tanto esperam...

Mão que lembra mãe,
(no M que espalma da palma)
decerto o pão que se ganhe
no trabalho a se dedicar
mãos de minha própria alma...

Se nervosas, de repente me acalma
mormente se nos respalda
do que nos podem ofertar
amálgamas de vidas e almas!

Mãos minhas, perfeitas
minhas mãos, refeitas
segurem minha cabeça
nas causas do coração!

Essas duas preciosidades
quando às vezes impunhadas
ao poder de Deus impregnadas
podem curar enfermidades...

Que descoberta incrível
só agora e a esta hora
desperto para o impossível
que as mãos nos podem doar.


Fernando Peltier, 04/04/2009.
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 04/04/2009
Reeditado em 28/09/2011
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