Na Contramão

Juntei...

Teus quilos de asfixia,

Os meus de letargia.

Andavam em pedaços,

Jogados nas quinquilharias.

Escorrendo versos na agonia,

Palavras paralisavam,

Num retrocesso sem fim.

Palavras alfinetadas,

Voaram do seu jardim.

Você meu herói prosáico,

Vivendo de um mundo arcáico.

Eu sou feita maresia,

Atada em ti todo dia.

Eu brincava com os versos,

Você, vestido de Lua, afora ia.

Eu, vestida de Sol, te seguia.

Tu eras meu pão, gergelim...

O universo na contramão,

Escorrem no corrimão.

Escorrem das minhas mãos.

Correntes, algemas,

Em meio do quarto,

Lembram seu rosto.

Na letargia,

Na asfixia,

Sua voz morria...

CaRlInHa

carla diniz
Enviado por carla diniz em 13/05/2006
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