à morte da poesia
E nesta terra ingrada
decerto por deus esquecida
sepulto o canto e o pranto,
de tons rubros e formas celestes.
Nesta terra, maldita terra!
jogo sonhos natimortos,
versos imundos,
jogo cálidas rosas
jogo ébrias juras e palavras maltrapilhas.
Na esquife o negro veludo
recoberdo de saudade e nostalgias,
dias chuvosos e noites estreladas,
canções tristes e belas.
Sob este chão maldito
enterro o amor,
o devaneio e o suspiro,
a lágrima e o sorriso,
primaveris paixões,
outonais feridas!
Aqui, jaz a Poesia!