outonos que vivo

hoje vivo um outono!

sentimentos dispersos e soltos ao vento

um outono necessário a todos os que

se permitiram ao desalento da partida e da desilusão.

qual folha a correr - vivo eu - desordenada e impulsionada pela leve

brisa que acaricia-lhe a face...como num gesto último de carinho

num fim chegado

vivo um outono de idéias relegadas ao esquecimento

vivo um outono que me permiti viver!

é preciso tanto e tantas vezes morrermos e renascermos

em seguida...

é necessário nascer quando destruimos um mundo

já corroído pelas desventuras

segundo *Hesse - "pra se nascer tem que destruir um mundo"

e eu quantos destrui em função de outros...

e quantos ainda terei que destruir em função de um amor sonhado!

a esse destruir, romper de mundos - chamo de "outonos" que vivo.

porque justo nessa estação tudo ou em parte se decompõe em detrimento de novas vidas, novos sonhos!

e eu sou assim...embora poucos alcansem! morro sempre! e renasço em seguida...em defesa própria e com o intuito único de sobrevivência de minha alma

assim vivo e sobrevivo os "outonos" reais e imaginários que se faz necessários na vida, enquanto humano for!

assim vivo eu decididamente a "morrer" e a "renascer" sempre, por teu amor, em pleno outono de minha vida!

- sem ressentimentos, pois há momentos que são o "fim".

Margarida Di
Enviado por Margarida Di em 28/04/2009
Reeditado em 04/05/2009
Código do texto: T1564380
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