outonos que vivo
hoje vivo um outono!
sentimentos dispersos e soltos ao vento
um outono necessário a todos os que
se permitiram ao desalento da partida e da desilusão.
qual folha a correr - vivo eu - desordenada e impulsionada pela leve
brisa que acaricia-lhe a face...como num gesto último de carinho
num fim chegado
vivo um outono de idéias relegadas ao esquecimento
vivo um outono que me permiti viver!
é preciso tanto e tantas vezes morrermos e renascermos
em seguida...
é necessário nascer quando destruimos um mundo
já corroído pelas desventuras
segundo *Hesse - "pra se nascer tem que destruir um mundo"
e eu quantos destrui em função de outros...
e quantos ainda terei que destruir em função de um amor sonhado!
a esse destruir, romper de mundos - chamo de "outonos" que vivo.
porque justo nessa estação tudo ou em parte se decompõe em detrimento de novas vidas, novos sonhos!
e eu sou assim...embora poucos alcansem! morro sempre! e renasço em seguida...em defesa própria e com o intuito único de sobrevivência de minha alma
assim vivo e sobrevivo os "outonos" reais e imaginários que se faz necessários na vida, enquanto humano for!
assim vivo eu decididamente a "morrer" e a "renascer" sempre, por teu amor, em pleno outono de minha vida!
- sem ressentimentos, pois há momentos que são o "fim".