Morte

Fechar os olhos, deixar de respirar

Ser somente a essência

A roupa, a que está no corpo

O corpo, o que libertou a alma

Sem morbidez.

A rigidez apenas dos músculos.

Perfume de lavanda

Suave brisa

Remanso, regato, água corrente.

Os entes choram a triste partida

Porque não sabem do riso eterno que é sempre chegada.

Não há morte

Não somos matéria

Somos obra, barro, sopro de vida nas mãos do oleiro

Guardados e reservados.

Ao longe o badalo brada na campânula:

Sois eternos, clama ao Pai

Sois eternos, clama ao Pai...

Depois daquela hora derradeira

Abrir os olhos, deixar ver

Ser semente, voltar a respirar

Vestir-se de bondade

Ausentar-se de si

Estar preenchido de eternidade

Valéria Britto
Enviado por Valéria Britto em 29/04/2009
Código do texto: T1566576
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