ONOMATOPÉIA NA PRAIA
ONOMATOPÉIA NA PRAIA
Descalça pela praia
Bem cedo ao sol nascer,
O vento erguia a saia
E o marulho a crescer.
Um sussurro no ouvido,
Talvez uma mensagem,
Trazia-lhe o cupido,
Pelo vento a passagem.
A vaquinha a mugir
Parecia assustada,
Pois queria fugir
Pra não ser ordenhada.
As palmas dos coqueiros,
Que ao longe ciciavam,
Gigantes e fagueiros,
Com o vento arqueavam.
Quase a resfolegar,
A moça pela areia
Andava devagar,
Olhando a maré cheia.
Uma ovelha a balir
Estava ali deitada,
Parecia sentir
Estar abandonada.
No alto mar barqueiros
As redes atiravam.
Na praia entre coqueiros,
As ondas borbulhavam.
Cavalo a relinchar
Espiando a sereia,
Fugiu a galopar,
Quando viu a baleia.
Num coqueiro a jandaia
Tentava se esconder.
Um chiado da arraia
Na rede a se debater.
Velho sapo perdido
Nas dunas em viagem,
Coaxava aborrecido,
Cansado e sem coragem.
Nessa onomatopéia,
A moça a caminhar,
Lembrando a epopéia.
Da Natureza e o mar...