ONOMATOPÉIA NA PRAIA

ONOMATOPÉIA NA PRAIA

Descalça pela praia

Bem cedo ao sol nascer,

O vento erguia a saia

E o marulho a crescer.

Um sussurro no ouvido,

Talvez uma mensagem,

Trazia-lhe o cupido,

Pelo vento a passagem.

A vaquinha a mugir

Parecia assustada,

Pois queria fugir

Pra não ser ordenhada.

As palmas dos coqueiros,

Que ao longe ciciavam,

Gigantes e fagueiros,

Com o vento arqueavam.

Quase a resfolegar,

A moça pela areia

Andava devagar,

Olhando a maré cheia.

Uma ovelha a balir

Estava ali deitada,

Parecia sentir

Estar abandonada.

No alto mar barqueiros

As redes atiravam.

Na praia entre coqueiros,

As ondas borbulhavam.

Cavalo a relinchar

Espiando a sereia,

Fugiu a galopar,

Quando viu a baleia.

Num coqueiro a jandaia

Tentava se esconder.

Um chiado da arraia

Na rede a se debater.

Velho sapo perdido

Nas dunas em viagem,

Coaxava aborrecido,

Cansado e sem coragem.

Nessa onomatopéia,

A moça a caminhar,

Lembrando a epopéia.

Da Natureza e o mar...

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 04/05/2009
Código do texto: T1574343
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