JANELA INDISCRETA

JANELA INDISCRETA

Olhando pela janela,

Eu vejo de tudo um pouco

Dentro desse mundo louco.

Já vi baterem panela.

Me faço de ouvido mouco

Para o fofoqueiro rouco.

Fazem cavalo-de-pau

Com carros tão velozmente,

Pra provocar acidente.

Entes com cara de mau

Andando rapidamente,

Quase atropelam a gente.

Às vezes, temo ao meu próximo,

E desconfio de alguém.

Preferia crer, porém,

Deveria ser ao máximo.

Pois do contrário, também,

Pra mim não vale um vintém.

Sem querer eu vejo a cena

Que, aos meus olhos, se oferece,

E que a gente não esquece.

De alguns, até me dá pena.

Desde que o dia amanhece,

Não me escapa o que acontece.

A minha boca é um túmulo,

E nisso podem confiar,

Pra quem quiser segredar.

Para mim seria o cúmulo,

Se me pusesse a falar

De tudo que ouvi contar.

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 06/05/2009
Código do texto: T1578216
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