Minha Morte

Não abreviem minha vida

Quero causar surpresa sim

Com a minha morte

Mas somente as crianças

Que na inocência contida

Indagarão alguns porquês

E sentirão-se satisfeitas

Em me contar entre as estrelas do céu...

Quero viver o meu tempo exato

Nem mais nem menos

Não desejo banir nenhuma estação

Se causar frio em algum coração

Aquecido ficará com o calor do tempo...

Viver é a favor da natureza

Morrer bem também

Contra, é a força bruta que a arrebata...

Se for natural, que eu morra de repente

Mas que nesse repente tenha provado

De tudo que me cabia

De tudo que desconhecia

Se do leito me fizer companheiro

Escolhido sei que estarei

Entre tantas companhias

Que acompanharam minha trajetória

Serão muitos? Não sei

Porém saberei que aqueles

Que ali estiverem

Nunca me deixaram...

Assim, peço a minha morte.

Como extensão de minha vida

Com algumas surpresas eu sei,

mas que na minha partida

perguntas tenham sidos respondidas

e na saudade que vou deixar

caberá tão somente a saudade

e não o inconformismo daqueles que me amam

por ter partido

sem ter vivido

o que era meu por direito...

ziza Silvestre
Enviado por ziza Silvestre em 18/05/2006
Reeditado em 15/06/2006
Código do texto: T158303
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