Luminares

Parecem sementes lançadas a esmo,
misteriosamente caídas no meu coração...
Eu mesmo sem saber canto acalantos
para misteriosas flores dormidas...
Assim chega o tempo
dos inquietantes luminares,
não estão as respostas no vento
nem nos rios ou nos mares,
muito menos nos altares...
Onde estão estes raios que se escondem,
que correm e recorrem o firmamento,
e de repente num momento,
em mil flores florescem,
primeiro nos sonhos,
depois na consciência?...
Por que me amedrontam
se luzem com mil cores...
Não seria o desdormir das flores?
Porque me assustam se resplandecem...
Será porque é do céu que descem?
Porque me espanto,
se, embora fraca minha luz,
um dia eu também desci?...





imagem:
Baixaki