MARIA, cheia de Graça
MARIA, cheia de Graça
Mil novecentos e sessenta e oito,
Foi como se eu, uma graça, alcançasse,
Pois nada havia que em mim abalasse,
Meu ventre crescia em ritmo afoito.
Mudei meus hábitos totalmente,
Cuidando da dieta alimentar.
Caminhando bastante, devagar,
Fazia os exercícios diariamente.
Consultas, exames, muita leitura
Para saber tudo sobre a criança.
Controlava o peso numa balança,
Tecia o enxoval, de fina textura.
Afinal se passaram os nove meses,
Esperando meu filho alegremente.
Com boa saúde, tão ternamente,
Tudo tão lindo apesar dos reveses.
Porém, finalmente, chegou o dia.
Luar de prata nos iluminava,
A lua cheia, lá no céu, brilhava,
E seu pai e eu repletos de alegria.
À zero hora e cinqüenta minutos,
Meu filho dava o primeiro vagido.
Dei à luz um menino tão querido,
Pai recebeu-o já de olhos enxutos.
Volmar é pelo batismo seu nome,
Pelo pai escolhido com carinho.
Às seis horas trouxeram meu filhinho,
Pra em meus seios saciar sua fome.
Adormeceu logo após satisfeito,
Só então pude olhar bem seu rostinho,
Para mim era o bebê mais lindinho,
Agradeci a Deus por ser perfeito.