Devaneios

<center>Devaneios

Não julgarei sua aceitação de culpa

Na delicadeza de dizeres motivos

Expatriados, atemporais

Como folhas que caem

Pelo abuso de lágrimas-regas

Impiedosas constatações

de seu abandono.

Não poderia jamais sentir brisa

Mergulhado meu ser em negros rios

Que estas a navegar sem perceber

águas traídas pela falta de chão

na impotência que se faz cachoeira.

E é estrela que te faz clarão

Em brilhos noturnos

Sou sol e há nuvens.

Os céus condescendem

cenários de contradição.

Diria que nas sombras (que projeto).

Residem mil fantasmas, cada qual

Carregando na mão um luzeiro

A espantar meus medos

Em monopólio de espaços.

Tomando em ondas frias

meus segredos.

Lar de palavras, dúbias

Minha escuridão projetada

Acolhe devaneios.

Mentes doentiamente esquecendo

Que palavras voam

Pensamentos repercutem

E assolarão sua mente

Provando-te mentira.

As promessas de amor

esperado por séculos.

Poderia te amar,

No dia que conjunções celestiais

Fizessem sol e lua retrocederem

Cada um tempo suficiente

para encontrarem-se

Em não–tempo, não-lugar

Onde vagueiam sonhos,

Fazem-se as fantasias

E seu corpo envolto a meu corpo

Largasse-me ao solo

Sem sombras projetando

Medos fantasmagóricos.

Mas de pé projeto

Planos em dimensões

Imaginárias.</center>