Vênus e Adônis

 © Daura Brasil

 

Deusa de muita beleza e do amor,

Mágica, nasceu da espuma do mar.

Júpiter deu-a por esposa a Vulcano,

Mas, só a Adônis conseguiu amar...

 

A rainha dos assírios se transforma,

Pelos bosques, em Diana caçadora,

E segue, recomendando a Adônis...

Cuidados com espécies ameaçadoras.

 

Vênus adverte-o carinhosamente...

Já no seu carro, puxado pelos cisnes:

- O perigo ameaça minha felicidade!

E partiu velozmente através dos ares.

 

O jovem demasiadamente altivo,

Em um javali, seu dardo lança...

Ferindo sem dó, o animal de lado,

Que, ferozmente corre e o alcança.

 

Cravou-lhe os dentes no seu flanco

E no campo, moribundo o deixara.

Vênus ouvira longe, seus gemidos,

Pois, a Chipre ainda não chegara...

 

Os corcéis de asas brancas voltaram,

E diante do desditoso amor a sangrar,

A memória do seu imenso sofrimento,

Jurou perdurar, e todo ano renovar...

 

Espalhou um néctar sobre seu sangue,

E a bela flor anêmona então a plasmar,

Fez-se cor- de- sangue, como a da romã,

Consolo, que a ela não se poderia negar.

 

Templos foram erguidos em sua honra,

E à categoria dos deuses o elevaram...

Com culto feito de incensos e perfumes,

Festas chamadas de Adonias criaram...

 

São Paulo - 2005


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Imagem:
 
Vênus e Adônis by A. Janssens