A insustentável leveza do ser

Se alguém já leu o belíssimo livro
de Milan Kundera,
ou viu o filme baseado
em sua obra,
por certo ficou encantado
ou mesmo perplexo
diante da humanidade
da história.

Quantas vezes tememos
a nossa leveza
e nos condenamos
á amargura,
solidão,
abandono,
pelo simples fato
de não suportar
a alegria pura e simples
que tanto bem nos faz?
Só ouvimos das pessoas
que elas estão deprimidas
por vários motivos,
ou que estão sozinhas,
tristes,
sem nenhum objetivo na vida.
Os casais não se entendem,
as famílias também não.
E no trabalho tudo é
mera repetição
de uma rotina
chata e enfadonha.
E se alguém parece contente,
todos o julgam demente,
pois é quase proibido
destoar do desânimo
que parece globalizado.

Mas retomando Kundera,
a personagem linda,
leve,
sonhadora
não pôde ficar bem
na història.
Afinal, tudo ao seu redor
era pesado demais,
contrapunha-se à sua beleza
naturalmente sedutora.
O galã, por sua vez,
compunha um triângulo perigoso.
Se de um lado, amava Tereza em sua singeleza,
por outro amava também
a bela artista,
tão livre em seus costumes.
Nessa relação múltipla e intensa,
o peso e a leveza se misturavam
deixando os envolvidos
em conflito constante.

E assim percebemos ao nosso redor.
Pra não sucumbir ao baixo astral,
pra não se deixar levar
pelo pessimismo,
a tarefa é bem difícil.
Não adianta querer ser feliz
por decreto,
nem mudar a vida apenas
superficialmente,
é tirando a frieza da alma,
alimentando as ovelhinhas
do coração,
que poderemos afugentar
o lobo faminto
que nos ataca diariamente.
E não vale fugir da leveza
o tempo todo,
mesmo que ela nos assuste.
Se vencemos a culpa
que é o mais pesado dos sentimentos,
teremos de volta
o sorriso da infância
e viveremos o tempo límpido
da bonança
amarilia
Enviado por amarilia em 16/05/2009
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