Bridget Jones

Sempre tive predileção
pelas comédias românticas
onde a alegria e a dor
aparecem juntas
numa convivência até
harmoniosa
retratando a vida
como ela é

Afinal quem já não riu
de si mesmo?
quem também não chorou
tão forte
como se fosse se afogar
em lágrimas?

E nestas histórias
tão cômicas
e comoventes
me vem à mente
Bridget jones
alguem se lembra?
Pra mim uma personagem
de uma humanidade ímpar
de uma verossimilhança
com qualquer uma de nós
incomparável

Bridget queria amar
e ser amada
Sentia-se um patinho feio,
meio atrapalhada
trocava os pés pelas mãos
constantemente
mas tinha dentro de si
uma fonte de amor
inesgotável
uma ternura que saltava
aos olhos
e uma aparente fragilidade
que desconsertava os homens

Essa deliciosa história
que emociona
e provoca facilmente o riso
fala com propriedade
da solidão humana
e dos erros constantes
em busca do verdadeiro afeto

Era o telefone que não tocava
as reuniões de trabalho
que adiavam o sexo
casual
a baixa auto-estima
que a fazia tão pequenina
diante de seus desafios

Mas na verdade ela
a Bridget
não era nada disso
Como qualquer mulher
que sonha
ela trazia no coração
uma força tamanha
que na sua vida tudo
se inverteu
Deixou o amor bandido
de lado
e foi atrás de quem
sempre soube de sua
beleza real
E sem abrir mão de
sua essência
apenas sendo ela mesma
mudou o rumo de sua história
e viveu feliz com seu amor

E se me lembro agora
dessa personagem
talvez seja por me sentir
um pouco ela
de me sentir às vezes
desiludida
diminuída diante
da falta de romantismo
das relações sem brilho
e da desistência fácil
diante dos obstáculos

Ainda sinto que
os homens continuam
de Marte
e as mulheres de Vênus
há uma distância
muito grande a ser vencida
antes que a solidão a dois
seja relegada
a segundo plano
e que os protagonistas
de uma história de amor
possam celebrar o que a vida
tem de mais bonito
amarilia
Enviado por amarilia em 16/05/2009
Reeditado em 16/05/2009
Código do texto: T1597695