Amores virtuais

Você já parou pra pensar
a quantas anda o seu coração?
Já avaliou o quanto de carinho real
tem recebido de alguém?
E, por outro lado,
conseguiu fazer um balanço
de quantas vezes manifestou
sua ternura de maneira
inequívoca e sincera?

É. Vivemos uma nova era.
Ficamos sempre à espera
das atitudes de uma outra pessoa.
E se ninguém aparece,
nada acontece.
A gente se fecha em copas,
ficamos ensimesmados
na solidão a que nos condenamos.
Orgulho? Medo? Neura?
Talvez tudo junto,
forma o conjunto da obra,
triste produção da vida moderna,
que nos impõe um mundo sem sabor.

Mas como o instinto
de sobrevivência
fala mais alto,
apesar de tantos percalços,
a gente descobriu o virtual.
E se Freud e seus correligionários
estivessem hoje por aqui,
perceberiam que o vazio
que se apodera de nós
vem sendo parcialmente preenchido
com gotas diárias de carinho
pela telinha do computador.
E a nossa libido( até ela!)
vem se recuperando do ostracismo
e se revelando nesta
comunicação moderna.
Assim, na tentativa
de buscar novos rumos,
de aquecer o coração
muitas vezes abandonado,
as relações virtuais surgem
tão deliciosamente
delicadas,
tão mais corretas e éticas,
uma vez que nos possibilitam
gostar do outro
independente da cor,
do credo ou raça,
sem se preocupar com idade
ou posição social,
pois tudo fica de acordo
com o que sonhamos,
quando o limite é apenas
a telinha do pc.
E quem pensa que
o que começa no virtual
não tem o seu dia de transformação,
ledo engano!
Quem não acredita mais
que o sapo vira príncipe,
pode apostar que as relações virtuais
se tornam tão reais e intensas
como toda história
de amor verdadeira.
A diferença é que
graças a essa modernidade
já podemos fazer nossas escolhas,
deletar quem nada nos acrescenta
e cultivar diariamente
com apenas um click ,
amores variados e lindos,
que passam a fazer parte
de nossas vidas
de forma tão verdadeira.

amarilia
Enviado por amarilia em 19/05/2009
Reeditado em 09/05/2013
Código do texto: T1602436
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