REAÇÃO

Arcada, peso nos ombros..

Mas onde o deixei?

Sirvo-me leve da vida

Que minha alma tanto amou.

Quem o trambollho levou?

Retas,Curvas, ladeiras...

Posso agora,

Fazer dos meus pés asas

Dos braços arco de flechas

Das mãos facas e colheres.

Diferente de tantas Mulheres.

As alças que prendiam meu corpo

Dilacerado no confronto

com as cadeias,

Passeiam sozinhas

No verro-velho da esquina.

Minha alforria acontece

E não só por prece.

Mas por reler o livro

Que ao nascer eu abri.

Denise Figueiredo

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