Ode ao lixo
Ao tudo orgânico e reciclável
De chances vivas, teias e orvalho
Que as brumas restantes tiveram nos escondidos
O gozo faminto que tiveram nos convencido
Ao tudo passageiro e plástico
De efêmeros ocasos e do cio telúrico
Que as entranhas das fêmeas nos têm entrado
E viva os prazeres longínquos e a lasciva languidez restante
É o lixo de fim dos dias gritando
Que tu és metano e chorume aos cantos
Do carbono que te faz humano
Das relíquias vivas de um dos maiores planos
Com ossos, bastões e poesias
É o coito rimado que me faz de guia
Com o lixo na mais pura decomposição
Vou brincando e cantando a mais podre canção!
Papéis, esgotos e as idealizações
De uma arte comprometida com todas as facções
Com as verdadeiras, as de pilantragem, as para-normais
Junto com toda a podridão de querer ser alguém a mais
É a putrefação da minha carne que tu vês agora
A abolição em delíquios por vermes e egos em contradição
No lixo é jogado o meu corpo e minha essência ignota:
Uma grande bosta junto às mistificações decompostas!
24-05-2006