lendo ultralyrics*

nem sei se me acabo com Marquinho

ou lhe proponho outro pergaminho

em que as ruas são todas destinos

e sua voz é toda carinho ao revés

das voltas que não quis.

Sair da pauta de arame farpado em clave de Dó,

buscar as muitas fadas em clave de sol,

e solitariamente dizer não.

que nada deste nó faz sentido:

tem um ruído aqui dentro

que não é sustenido, é um ruído

que dói, talvez coce, talvez olvido.

mas rui, e rui na esquina.

nem quero anfetamina,

ninfetas, bambinas ruidosas,

não quero prosa,

que é no reverso da história

que meu prado se fará marco

do tempo

a me soprar pra longe,

ao ultralyrics

de meu ensejo.

* “ultralyrics”, livro de poemas de Marcos Prado, Travessa dos Editores, Ctba.

Rocio Novaes
Enviado por Rocio Novaes em 25/05/2006
Código do texto: T162457