SOMENTE SEMEAR

SOMENTE SEMEAR

Voava nas asas do poema,

brincava nas nuvens rosas do crepúsculo

e pretendia alcançar o píncaro da fama,

buscando seguir as trilhas de Virgílio, Camões ou Castro Alves.

E tão alto estava que avistava

um pequenino Sol que parecia

girar em torno de um ponto,

um ponto chamado Terra, contrariando Galileu.

Estava além dos anjos,

aquém de Deus, somente.

E disse-me o Criador:

- Volta à lama! Vou colocar em teu caminho o ponto final.

Eu suplicava: - Ó Ser Divino, eterno amante da poesia,

não quero a glória, por glória,

não quero a fama, por fama;

apenas apanhar suas sementes

e semeá-las na Terra.

O gosto, o prazer, quando sentidos pelos viventes,

mostrarão que o belo, o amor, a poesia,

são os maiores bens que podemos

plantar, plantar e plantar.

Aí sim, pode terminar minha jornada.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 31/05/2009
Código do texto: T1625611
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