QUANDO EU ME FOR PRA PASSÁRGADA
Quando eu me for pra Pasárgada
Com certeza hei de gostar
Sei que tem belas paisagens
Mil quadros pra se pintar...
E sinfonia de grilos
Cantando à luz do luar.
Não sou amigo do rei
- Por quê eu hei de mentir?
Lá não conheço ninguém
Mas mesmo assim vou partir
Quem sabe eu fico por lá
Se o rei assim permitir.
Talvez lá não haja fome
E nem criança sem pão
Miseráveis nas calçadas
E casas de papelão...
E nem grades nas janelas
Polícia, político ou ladrão.
O rei é justo e correto
Não faz acordos de ardil
Respeita as dores do povo
É educado e gentil
Já andou pelo mundo inteiro
Mas não conhece o Brasil.
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui não é o meu lugar...
Lá quero viver feliz
Poder dormir e acordar
Numa rede na varanda
Tendo sonhos pra sonhar.
Vou-me embora pra Pasárgada
Para nunca mais voltar.
POEMA CLASSIFICADO NO CONCURSO LITERÁRIO "UMA VIAGEM PRA PASSÁRGADA" - EDITORA LITTERIS,2009.