O fingidor.

A aguda dor que agora sinto

Vem acusar o meu cansaço

Porque tudo que faço, minto,

A dor grita no primeiro passo.

E tanto dói, à dor que finjo

Incrustou na alma, plena.

Agora a alma quer, exige,

Alguma dor, alguma pena.

A mesma alma intransigente

Guardando a dor como doença

Ama o poeta, e assim consente:

Que minta a dor como licença.