Enigma
Quantas decepções
são necessárias
para tirar
de um coração sensível
a crença num amor de verdade?
E as falsas promessas,
que quantidade é suficiente
pra fazer uma pessoa
tão romântica
se tornar descrente?
Com quantos paus se faz
uma canoa
que conduza para o outro
lado da lagoa
onde o remanso é verde
e o tempo é calmo
e as janelas das casas
dormem abertas
sem trincos
nem tramelas?
E o medo
de ser feliz?
Quem pode dar um jeito?
Se a entrega dá medo,
se tira o sossego da alma,
se faz a perda se avizinhar,
bater na porta
pedir pra entrar.
Qual a solução?
Tem?
Viver é estar
na corda bamba
é sentir no peito
o ritmo de samba
ou
um tango bem marcado
ou ainda uma cantiga
de ninar.
Fiz a ponte entre nós dois
com pedras à prova
de tufões
e deslizamentos,
mas faltou o seu trabalho
de construtor,
a argamassa sucumbiu
à primeira tempestade
e ficamos ilhados
num mar de desentendimentos.
Depois que a chuva parar
e o sol brilhar de novo
no remanso do outro lado
da lagoa,
quem sabe?
Quantas decepções
são necessárias
para tirar
de um coração sensível
a crença num amor de verdade?
E as falsas promessas,
que quantidade é suficiente
pra fazer uma pessoa
tão romântica
se tornar descrente?
Com quantos paus se faz
uma canoa
que conduza para o outro
lado da lagoa
onde o remanso é verde
e o tempo é calmo
e as janelas das casas
dormem abertas
sem trincos
nem tramelas?
E o medo
de ser feliz?
Quem pode dar um jeito?
Se a entrega dá medo,
se tira o sossego da alma,
se faz a perda se avizinhar,
bater na porta
pedir pra entrar.
Qual a solução?
Tem?
Viver é estar
na corda bamba
é sentir no peito
o ritmo de samba
ou
um tango bem marcado
ou ainda uma cantiga
de ninar.
Fiz a ponte entre nós dois
com pedras à prova
de tufões
e deslizamentos,
mas faltou o seu trabalho
de construtor,
a argamassa sucumbiu
à primeira tempestade
e ficamos ilhados
num mar de desentendimentos.
Depois que a chuva parar
e o sol brilhar de novo
no remanso do outro lado
da lagoa,
quem sabe?