Dual Elegia
E esta multidão de gentes que só esperam esperançosas
A chance única de ser apenas um mortal
Mortal de sangue e dor na fila de desesperanças
Vivamos o metano e o sulfúrico de nossas almas!
Perdemos tanto tempo com dores passageira; paixões passageiras
Para que, um dia, passar como vento
Vento de dores, passageiro de alentos
O dor e a delícia de ser um A-P-R-E-N-D-I-Z!
Aprendemos tantos nomes, tantas formas
Que perdemos a chance de nos aprender; aprendendo e apreendida.
Qual a área de nossa compaixão? Qual o termo seguinte à fraternidade?
São formulas apenas; teorias apenas...
Passam como quem são deveras importantes
Informações de ouros que vencem o futuro; somos retardados!
Termos, fórmulas, números, teorias, caem!
Fincando, apenas, o óbvio da existência, sermos V-I-V-O-S!
Utilizam-se cada vez menos da real função dos seres
O ciclo é o mesmo, mesmo que sem ponto; fazem-se os necessários!
Para que a cruz simétrica, natureza mãe, prevaleça os sentidos da razão
Cria-se o conhecimento! Pinta, borda, cultura vã...
Eu sou um gênio!
Eu sei as fórmulas!
Eu sei pensar
Eu sei e sei e sei!
Eu sou o tudo e o nada!
Perco minha vida à luta racional
Bernini e Santa Teresa gozam as mentiras; verdades, de fato, na surdina
Sou o vilão e o tudo; vilão em minha seita medieval!
Assassino de verdade! Viva o haxixe iluminador!
Contra repreensões de fé em fé, ciência iluminadora!
Para que tantos deuses e deusas se somos infelizes?
Fé enganadora e manipulada, nunca nem sabemos de nada!
Melhoramos a razão e descobrimos mais vidas!
Melhoramos as vidas de fato; damos vidas!
Mas perdemos a confiança nos outros e somos mais nós!
Mais o nosso conhecimento cientifico habitual
Perder, ganhar, aprender: sobreviver
Às ríspidas viagens do conhecer em plenitude
O que é realmente ser seu e ser céu
Entre a loucura e a sanidade de ser humano.
A verdade são verdades apenas!
Junto ao rei do consciente: mente e razão!
Onde sim e não se misturam; o bem e o mal são iguais; a fé e a razão são únicas
Fazendo, assim, toda à parte em ser E-U!