Versos d’um combatente

Meu choro anormal e moribundo,

O triste uivo dos que nada amam

E a fricção dos ossos que cantam,

Desmaiarão as utópicas conquistas do mundo

Músculos frios trabalhando para a escória,

O enxofre... O suor cuspido da pele suja!

Minha boca é malquista e murcha!

E meus dedos, ramos atrofiados da história...

Este escuro coração desabitado e oceânico,

Que bombeia meus órgãos espumantes

É o berço eclíptico do herói inorgânico

Logo, minha carcaça atrairá aves carniceiras...

O pagão da carne morta! Um dos anjos escaldantes!

Outro espírito a caminhar por entre trincheiras...

Carlos Henrique Toledo
Enviado por Carlos Henrique Toledo em 27/05/2006
Código do texto: T164135