Juizo final de cada dia

Caravelas espanholas envoltas na mais alta nuvem sem cor do céu abstrato

Na cidade dos sonhos, ninguém mais poderia sonhar. Foi o que disseram

As caravelas cairam no chão e num abismo sem precedentes descansaram

Foi feita noite, simples de solidão

O carrasco encapusado

O dêmonio espurgado

A guilhotina apontando pro pescoço

E os anjos com asas de fogo

Caravelas espanholas para um inferno americano,

dentro de cada um de nós o sonho está morto

Se é só o sangue que salva, a saliva também é santa

e num inferno positivista as crianças se divertem

Deus também é Deus

Pode ser num anúncio de jornal

Pode ser na cabeceira da cama

Pode ser num livro de magia negra

Pode ser nas asas de um avião,

você encontrará a salvação

Aconteceu outra vez, as caravelas espanholas subiram até o céu abstrato

Não foi dificil de notar, já que luminosos canhões de luz se elevaram também

Quem chorou naquele instante, foi porque sentiu a profundeza destas palavras

Os pássaros dançando triste no céu,

A lua lamentava a solidão,

Triste no céu, envolta no frio,

E a noite silenciosa avançou,

Pelas nuvens, o inferno se fez perto do céu

Caravelas espanholas num quadro cubista,

Como um louco gritando num teatro vazio,

Encenando a peça da tristeza, um gênio ofuscado,

Sentinela de um sonho frustrado, fiel a seus atos,

Ao cruzar o deserto não sente sede, apenas frio

Você também é Você

Pode ser na lápide fria,

Pode ser numa esquina,

Pode ser na explosão atômica,

Pode ser no eclipse eterno,

você encontrará salvação

Reny Moriarty
Enviado por Reny Moriarty em 10/06/2009
Reeditado em 10/06/2009
Código do texto: T1641490
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.