FINS E MEIOS

O café tingiu o leite

O sutiã escondeu o peito

O carro atropelou o sujeito

O silêncio foi violado pela canção

A capa espantou a chuva

A luva

Ah, luva!

Não senti a maciez de tua mão.

O trovão ressussitou o medo

O violão movimentou o dedo

O fim me fez lembrar dos meios

A morte me levou ao devaneio.

O leite não é tinta

Os seios nus

Fazem com que eu te sinta

Sem carro não há tropeço

A canção trouxe um bizarro sentimento

Qual o meio para espantar aborrecimentos

A morte não é o fim, é o começo.

JOEL DE SÁ

10/06/2009.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 10/06/2009
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