Urdidura Na Partitura

Véra Lúcia de Campos Maggioni®

Vera&Poesia®

Quando a visão de um ‘eu’ se rasga e é banida

No tecido do amor, da ilusão e da fantasia,

O relógio do pensar se descondensa - se avia,

Quiçá carregando um gozo que até abomina,

Não inferindo da dor onde começa ou termina.

Se na cama do existir a dor se torna a preferida,

Não há mais sabor, tudo se declina sem doçura.

Dizendo-se ferido onde se fere, onde já há ferida,

O ente não percebe do inconsciente a urdidura

E, no pesar se refazendo, alimenta-se da partitura.

O ‘interior’ inábil pode dar e devolver uma mordida;

Astuciosa a vida recria o semelhante na contrapartida.

Toda ação e imaginário um reflexo em si aninha.

O vento calmo ou furioso tem uma causa já provida

Na origem, deixando seus rastros por onde caminha.

Véra Lúcia de Campos Maggioni®

Vera&Poesia®

Em 7 de junho de 2009.

Direitos autorais reservados

*** Escrito especialmente para o poema "Fera Ferida"

da poetisa Zena Maciel.

Véra Maggioni

Véra Maggioni
Enviado por Véra Maggioni em 10/06/2009
Reeditado em 20/09/2009
Código do texto: T1642625
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