Ao som de um bolero...


Quando a orquestra tocar
nosso bolero,
de olhos fechados,
quero pressentir
sua chegada
pelo seu cheiro
em mim impregnado.


Estarei à sua espera,
numa mesa reservada,
especialmente linda
para você.


E no instante
em que a
música começar,
quero que
me convide a dançar,
como já o fizemos
em outros tempos,
de forma tão singular.

Com seu rosto coladinho
ao meu,
serei sua doce Julieta
e você
meu amado Romeu,
mas numa versão
simplesmente romântica,
onde a dança
é somente um convite
à sedução.

E quando nos seus braços
estiver,
se o passo por ventura errar,
basta no meu ouvido sussurrar:
-são dois pra lá, dois pra cá.


Assim,
ao som do bolero,
sentirei a magia
de outrora
ainda mais revigorada,
pois depois de uma
longa jornada,
de histórias vividas
e emoções revisitadas,
o olhar é mais doce
e terno,
as mãos se procuram
ávidas,
e o desejo brinda
o reencontro com
champagne.

E a orquestra já nos chamou....