Ah, o amor!

Com o que o amor combina?
Com um sorriso de menina,
uma janela aberta
para o jardim,
uma casinha
ao pé da montanha,
flores do campo,
enfeitando a mesa da sala,
uma cama macia
com colcha de cetim,
música de Aznavour
ou de Marisa Monte,
uma inesgotável fonte
de carinho
e talvez um bom vinho,
por que não?

E tantas outras
coisas ainda
podem compor
esse sentimento
tão cantado
pelos poetas,
tão desejado
por homens
e mulheres
de qualquer canto
do planeta,
independentemente
de raça,
cor,
credo.

Todos querem sentir
a embriaguez
que o amor
proporciona.
É o antídoto
natural da dor
que nos fortelece
e enobrece
a um só tempo.

Quem ama
e se deixa amar,
se torna mais humano,
fica acima da dimensão
puramente terrena
e transcende a matéria.
Fica algo de etéreo
no coração de quem
vive uma relação
verdadeiramente amorosa.
E não falo de paixão
que é avassaladora,
que faz levitar
quem dela experimenta.
É depois que o fogo
ardente diminui,
que o amor
se apresenta
em todo o seu esplendor,
com a aceitação precisa
do ser amado,
quando quem
está ao seu (meu)
lado,
é bonito
na sua imperfeição
e não se espera
mais do outro
do que é possível
de ser doado,
compartilhado.

Ah, o amor!
Tão volátil,
generoso,
à espera sempre
de um espaço
no coração
para ocupar
e transformar
um caminho árduo
numa estrada
de delicados
miosótis.