Tributo a Neruda

Meu poeta apaixonado,
quantos corações
bateram em seu peito?
Como foi possível amar tanto,
a ponto de depositar
aos pés de sua amada
a Lua, o Sol, o mar,
as estrelas
e todo o universo?

Ah, poeta!
Em que paragens
buscava essa inspiração
ímpar,
de pura lascívia,
para dizer à sua musa
que a vida sem ela
era imprecisa,
indefinida,
impossível?

E quantas cores,
meu Deus!
É como se o arco-íris
fosse um criado seu,
e colocasse a seu dispor
toda a profusão
de cores
para engalanar
os jardins
de seus amores.

Como, Neruda,
foi possível amar
tanto assim?
E onde aprendeu
a intrincada
linguagem da alma
da mulher?
A cada novo amor,
la estava
a contemplá-la,
a falar do seus cabelos,
dos seios,
da pele,
do riso,
daquilo que nem ela
sabia.

E na orgia
dos sentidos,
na magia que
espalhava
por onde ia,
a musa maior
de seus amores
passo a passo
o acompanhava,
sua sedutora poesia.

Seria possível
uma dicotomia?
Impossível!
Até o obscuro mundo
da política
sua luz conseguiu
iluminar,
enquanto o mundo
clamava por uma nova
ordem social,
seus versos atingiam
os corações,
amenizavam as agruras,
alimentavam os ideais.

Ah, meu apaixonante poeta!
Quisera nos dias de hoje
que mais homens
se atrevessem
a fazer às mulheres
a corte,
assim,
um pouco ao seu estilo,
em que cada uma
se sinta
homenageada
e saciada
em suas fantasias.


Neruda, forever!

amarilia
Enviado por amarilia em 14/06/2009
Reeditado em 07/03/2013
Código do texto: T1648126
Classificação de conteúdo: seguro