Amores possíveis


Existem momentos
de solidão
que são necessários
a nossa vida,
e podem ser muito
ricos
quando fazemos
um balanço
do que foi
e que não mais é.
Vale saber dos motivos
que causaram a ruptura,
o que mudou
o rumo das coisas
ou o que nos feriu
o coração.
Neste sentido,
estar sozinho
é uma grande
e necessária opção.
Mas depois desse
período de retiro
espiritual,
nada mais saudável
que fazer o caminho
contrário,
buscar o riso,
a folia,
a alegria,
que aquece a alma,
que nos devolve a calma
e um mundo novo
em folha.
E depois que saimos
do casulo,
já renascidos e fortes,
podemos perceber
que a sorte
nos volta a sorrir.
É quando o olhar
do outro nos é
perceptível,
o desejo de amar
é de novo
bem consciente
e a atração
volta a ser real.

Mas de nada adianta
se sentir viva,
leve,
se não tirarmos da mente
certos conceitos
arraigados.
Idealizar o amor
pode ser fatal,
nos condenar
à solidão funesta,
aquela que não é
opcional
e que nos faz
tanto mal.
Pois se queremos
alguém que possa
nos fazer companhia,
é preciso lembrar
que a nossa propensão
ao amor é filogenética,
vem desde a criação
do primeiro Ser.

É possível ter
muitos amores,
se um se vai,
outro pode chegar
e ser ainda mais lindo
ou,
sem fazer comparações,
o que vale é conjugar
o verbo amar,
é viver as relações
possíveis,
sem grilos,
sem preconceitos,
desde que o respeito
a nossa emoção,
seja pré-requisito
sempre.