Solidão

Estar só talvez
seja
uma condição
humana inerente,
algo que não
depende da gente.
De um jeito
ou de outro
um dia,
num futuro próximo
ou distante,
ou talvez no
momento presente,
a solidão virá
nos visitar.

O que fazer diante
dessa visita
não-grata?
Receitas não
adiantam,
pois cada um sabe
exatamente
a dimensão de sua dor,
conhece os (des) caminhos
de sua história
e as marcas adquiridas
em sua trajetória.

Mas…
E se possível for
dar boas-vindas
à solidão?
Afugentar
os fantasmas,
ouvir aquela canção
que em outros tempos
foi sinônimo de amor,
êxtase ,
emoção?
Assistir a uma
comédia romântica
que desperte
o riso adormecido
e que faça rolar
apenas as lágrimas
da saudade?
Solidão não deve
ser considerada
irmã-siamesa
da depressão.
Se a olharmos
com bons olhos
a entenderemos
como uma ponte
que nos conduz
para um outro lado
onde existe
a verdadeira luz.