Psicografia

Psicografia

A hora das cinzas morreu

O vulto da manhã desperta

Sereno não me apavora,

Cantos são roncos suavíssimos;

Meu fogo manso deu-se acalantado

Como num soneto, fálico

Dando luz aos olhos que

Fingem cantar ternura,

Amanhã eu transito no tempo

Intransponível.

Mas não cante o silêncio vão

Dos beijos jogados aos quilômetros

Que percorro com pés ausentes

De caminhos sangüíneos,

Vitória indestinada aos gregos.

Eu sou o Deus da distância

E o mártire do langor inacabado,

Bêbado em forma e sutileza

fêmea, cárcere em vigor.

Cante! Pois canto no agora

A presença mortal de minha aurora.

R Duccini
Enviado por R Duccini em 20/06/2009
Reeditado em 20/06/2009
Código do texto: T1658166