Todas as manhãs te olho
e seguro meu choro
porque teu semblante carrega tristeza
sentimentos mal resolvidos
amores não correspondidos
e o peso de andar para trás.
Diante desta leitura
fico muda e não consigo dizer-te nada
como estivesse insensível a tua dor
e nesse instante só a oração me conforta
peço que teus protetores iluminem teu caminho
e devolvam tua alegria digna de um jovem
que tem um futuro promissor,
mas não sei por que parece que se perdeu.
Minha impotência em não poder
carrega-me de culpa
de perguntas sem respostas
daquilo que deixei de fazer
do que permiti
do que calei
do que falei
te deixei escolher
acreditando que fazia o certo.
Quanto arrependimento
me corroe o coração
elimina minha ilusão
ao te ouvir dizer
que tu não desses certo.
Às vezes, no camiho da escola
que fazemos todas as manhãs
tu desabafas dizendo em forma interrogativa:
mãe, eu procuro fazer tudo certo
não prejudico ninguém
não tem ruim para mim
trabalho e sou dedicado
um pai jovem, solteiro e responsável
por que as coisas escorregam pelas minhas mãos?
E eu ali, estática
peço que tenhas fé.
Nada pior do que ver o  sofrimento de um filho
e é nesse momento de total impotência
que me odeio.






Naiara Barbedo
Enviado por Naiara Barbedo em 23/06/2009
Reeditado em 28/06/2009
Código do texto: T1663847
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