Três...

Ao derrubar a dinastia do ego

Restou intacto apenas o amor

Esse que não tem forma, só esplendor.

Soberano e não clérigo.

A serpente possui a terra,

Mas rastejante, quer o amor para si.

Não existe mal nem guerra.

Só o amor está agora e aqui.

Qual a idade da eternidade?

Essa que nasceu depois do amor

E é contemporânea da verdade

Que é fruto do homem e da dor.

Tenho todo o tempo do mundo...

Tenho o que na verdade não há.

O tempo, esse dissimulado moribundo...

Plagio do movimento que não vai repousar.

Quando entendo que sou um...

Vem a duvida me contrariar.

Percebendo a consciência comum...

Vejo uma parte de mim no teu olhar.

Quando penso em seguir...

Percebo que começo a voltar

Saboreando a vontade de existir...

Passado e futuro me fazem sonhar.

O presente me faz perceber

Que o amor faz de mim parte de você.

Perdido e desafinado...

A amar você condenado.

Posso perder o que é meu...

Mas jamais perderei o que sou.

E em verdade você sou eu...

A metade exata do que me restou.

Se não era pra ser...

Que não seja então

Mas o que não pode morrer...

Está submisso à transformação.

Transformar ou matar...

Desprezar ou amar...

A liberdade não é vaidade

E sim responsabilidade.

Ofereço o ego em sacrifício.

Pois não matarei o que sou eu

E a esperança será o único artifício

Para trazer luz a esse breu.

Pense, exista, perdoe...

Somos o que sempre foi.

Eu, você e a existência...

Os três que são um por excelência.

Skellotto
Enviado por Skellotto em 02/06/2006
Código do texto: T167707