QUANDO O MUNDO ENGOLE

Sua loucura me enfurece!

Eu ando devagar e você quer que eu me apresse.

O que é que acontece?

O meu sangue se aquece

começa o meu corpo ferver.

Tão acostumado com a brandura

Sol, dia, silêncio, uma noite escura

Um sono tranqüilo e liberdade para escolher

dormir até tarde ou na rua amanhecer

Sem dar explicação sobre o que estive fazendo:

Cagando sorrindo, comprando, morrendo

Descendo, subindo, fugindo, bebendo.

Liberdade para esquecer,

tudo aquilo que não me interessa.

Não me venha com pressa quando quero deitar!

Não me venha com essa quando quero sonhar!

Eu não quero correntes prendendo os meus pés

Também não as quero dentro da minha cabeça!

Ainda que um dia

de tudo isso eu me esqueça

e não mais me enfureça

com toda a sua loucura

vou sentir sem lembrar

toda aquela frescura do ar

dos tempos de resistência dura

no mar ou aqui na secura

Não quero a prisão, nem o que achas bem

Necessito sempre do mais além

mesmo que seja em direção a um penhasco

ou a um desfiladeiro pedregoso

Acima de toda essa multidão de asco

Eu encontro sozinho o meu gozo...