REVIVENDO

O destino, por coincidência, coincidentemente me ofereceu

um desvio, um campo florido, um inferno ou um céu.

Caminhos que surgem assim,

de repente, sem nenhuma programação.

Atiram-me num redemoinho,

tiram meu fôlego, tiram meu chão.

Como um vento num clima abafado,

como as delícias de um caminho errado,

como as errâncias do meu desejo,

como o tremor do primeiro beijo,

inexplicavelmente, tudo desperta em mim

a saudade da brisa despreocupada,

idéias flutuantes e tarde ensolarada.

Sonho de aliviar o peso e o ar viciado do quarto

sonhos de mudança de rota, caminhos à beira da estrada.

O destino me atravessa a vida,

como muitas outras vezes, igualmente, já o fez.

O novo estremece as fundações,

o novo me vive outra vez.