MATINAS
Meu corpo meu coração ambos amorosos
Minha alma navega no mar vermelho da compaixão
Tanta coisa se passando neste filme humano
No mantra a repetição da vida
Eu aqui sem rezar sem pedir sem amolar
Na dança a banda mesmo não o sendo enlouquece
O boneco não consegue disfarçar as cordas
Sabe sim ser marionete do som abrasador dos trópicos
Mesmo só assim como o pássaro a voar
O amor por si mesmo ultrapassa
Ao gozo efêmero das companhias
Sexual nasce pois ao se olhar se vê
Na caixinha de jóias a bailarina dança
São casais de fogos
O cheiro o ardor o comichai
No meu jardim tem poucas ervas daninhas
As flores as matarão
O conhecimento entrou no meu quintal
São pomares de pêssegos e flores rosa
É a cor da vida