Benditas fantasias


Quantas vezes esperei
por um amor de novela,
quantas vezes chorei
com uma cena de um filme
romântico,
quantas vezes suspirei
com o beijo da telinha
e desejei ardentemente
ser a mocinha
da história.

E nos meus devaneios
loucos
me imaginei
tão mais sedutora!
Às vezes quis até ensinar
requintes de sedução,
dar lição à distância
pra que o homem amado
não fosse embora
e as lágrimas
da solidão
não molhassem o chão
da sala
e inundassem
o quarto já vazio.

Quantas paixões vivi,
reais e platônicas,
quantos mergulhos
em olhares
ardentes,
entregas completas
mágicas
e eloquentes!

É que de paixão
e intensidade
toda mulher entende.
Uma ou outra dissimula,
foge de sua natureza,
se acomoda
às circunstâncias
e até amadurece.
Mas nunca esquece
da loucura
que já teve,
dos desejos
revelados
ou guardados
a mil-chaves.

E eu sou ,
fui
ou serei
o que toda mulher
foi,
é ou
será um dia:
um coração pulsante
de fantasia,
um mundo inesgotável
de sonhos
e uma fome insaciável
de amor
pleno e verdadeiro.