Nada de Mais

Não sou nada de mais.

Nasci de uma mãe.

Tenho dois olhos,

um nariz,

uma boca...

Nada de mais.

Faço as coisas

mais comuns,

sou comum.

Estudo, trabalho,

mantenho um lar,

me mantenho.

Nada de mais.

Minha única diferença

é este turbilhão de

sentimentos confusos

que cavalgam pelo

meu corpo.

Cada dia, um vem me dizer

o que fazer, como agir, em

quem pensar, o que escrever.

Nem sei mais o que estou

escrevendo ultimamente.

Isso é demais!

A morfologia das palavras

mofou na folha umedecida

pelas lágrimas.

A sintaxe quer que eu sinta

a vida que bate na porta.

Que demais!

Aliás, o nexo se tornara

complexo.

Perdi completamente

o sentido, os 5 sentidos.

Nada de mais.

Com certeza não sou primeiro a

dizer isso, as frases acima já estão

manjadas, cansadas de serem lidas.

Sou poeta repetitivo,

e se falar do que se sente é ser repetitivo,

continuarei repetitivo.

Mesmo que isso me custe

não ser nada de mais.

Assis William
Enviado por Assis William em 15/07/2009
Reeditado em 13/12/2013
Código do texto: T1700706
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