Jardineiro Infiel

E ali está.

Pende para um lado com o vento que bate,

Murcha, quase morta, seca como a terra,

Áspera como a mão idosa do sábio,

Que não sabe de nada.

Ali está

Na espera

Na demora

Na lentidão das horas

(Que nunca passam).

Um jardineiro infiel

Plantou a semente com tanta precisão

Cavou fundo fundo, com cuidados expressos

E fugiu para não viver mais sua solidão,

Partiu em dois sua visão.

Ali está,

Pende para um lado e para o outro

Largada com desprezo insólito

Para o vento que bate e nunca cessa.

A flor tratada com pressa.

Que não sabe se morre

Que não sabe se espera.

E enquanto espera, escorre...

Isabelle La Fleur
Enviado por Isabelle La Fleur em 29/07/2009
Código do texto: T1725007
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