Imperativo das dúvidas

Do muito que digo,

quase nada afirmo.

Rodeio por entre as letras, pontos e vírgulas

o vago pensamento das eteceteras.

Às vezes hajo com descrição.

Noutras me entrego às infinitas possibilidades verbais.

Não sou santo;

e nem pretendo ser, exclamo.

Tropeço em meio aos adjetivos.

dados a um palpite vagueando pelos arranha-ceus.

Meu mundo não é agudo.

Pertence a uma distância circunflexa.

Jamais esmureço no tempo, lugar ou circunstância.

Não! Meu canto é cadente, é grave.

Se divino me interrogo.

Sei do alarido inconteste na voz passiva de sujeito inexistente.

Poema publicado também no BLOG VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.blogspot.com).

Thiago Azevedo
Enviado por Thiago Azevedo em 05/08/2009
Reeditado em 09/01/2012
Código do texto: T1737982
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