Barra de jangada.

Aqui é como viver no sertão

tem borboleta bem-te-vi e beija flor

bebendo água açucarada

pendurada nas janelas das casas.

Tem gavião aprendendo a voar

seu primeiro vôo rasante no ar

como um avião desgovernado

cai de bico no chão desorientado.

A coruja voa o meu telhado

cantando seu canto rasgado

ecoando nas profundezas do além

seu canto mal assombrado.

Aqui é como viver no sertão

tem floresta, mato verde e serrote

tem vida silvestre também

como camaleão, timbu e gambá.

Aqui tem lobisomem em noite de lua cheia

a meia-noite o vento para de soprar

só se escuta o uivado dos cachorros no ar.

anunciando que o bicho vai passar.

A lenda conta que o homem vira bicho

corre sete cidades numa noite só

e quando amanhece volta cansado

e deita seu corpo na beira do mar.

Aqui tem rio, riacho e cachoeira

coqueiro, urtiga e pé de aroeira

tem juazeiro e pé de carramaçhão

como nos terreiros dos sítios do sertão.

Aqui tem cavalo, vaca e boiada

tem cavalhada e vaquejada

aqui em barra de jangada

é como viver no sertão.

Aqui tem matuto na beira do mar

tem luar pro sertanejo admirar

tem mulher bonita, cachaça e cantoria

que encanta quem canta a beleza do lugar.

Aqui é como viver no sertão

neste paraíso que Deus reservou

pra matar a saudade no coração.

do poeta sertanejo retirante.

bel Salviano Planeta Poeta
Enviado por bel Salviano Planeta Poeta em 06/08/2009
Reeditado em 31/10/2009
Código do texto: T1739281
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