Almas-vale

Algo denso recria-se em mim.

Queria eu poder encontrar

os mundos que espero existirem.

Mas meu desejo é um mar de redemoinhos dispersos.

Queria eu ouvir as guitarras da alegria eterna.

E os cantos nobres das águias libertárias.

Pois nas ruas encontro dores e passividade.

E vejo homens nas esquinas tão cheios de certezas...

A vida é grandiosa e nos reserva poços profundos,

onde as certezas sempre se afogam.

Queria eu a coragem de afogá-las eu mesma.

Mas o tempo não espera.

E a realidade se impõe como filha da realeza.

Diz: vá lá! Há uma boa oportunidade!

E os homens das esquinas caminham

sem saberem que podem não ir.

Tristes são as almas-vale sem montanhas.

vanessaevanessa
Enviado por vanessaevanessa em 12/06/2006
Código do texto: T174073