Entregues ao reflexo

Os que almejam afeição.

Mas investem no passado

Sonham em oposição.

Desejando o improvável

Se chegam por conivência.

Se deliciam sem malícia

Vivem o que tiverem de viver.

Amam o que vier do amor.

Se entregam ao remorço.

Um ao outro refletindo.

Sem verdade ou aproximação.

Sonhando com a próxima vez.

Sobram os gestos contidos

Guardados nos peitos fechados.

Sobram sorrisos calados.

Para o dia do próximo abraço.

Assim são os que dividem a solidão.

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Reis de Oliveira
Enviado por Reis de Oliveira em 14/08/2009
Reeditado em 12/09/2012
Código do texto: T1754364
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