Entregues ao reflexo
Os que almejam afeição.
Mas investem no passado
Sonham em oposição.
Desejando o improvável
Se chegam por conivência.
Se deliciam sem malícia
Vivem o que tiverem de viver.
Amam o que vier do amor.
Se entregam ao remorço.
Um ao outro refletindo.
Sem verdade ou aproximação.
Sonhando com a próxima vez.
Sobram os gestos contidos
Guardados nos peitos fechados.
Sobram sorrisos calados.
Para o dia do próximo abraço.
Assim são os que dividem a solidão.
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