CONTINUA !

Furtivo e clandestino

cavalguei por longas milhas

esquivando-me do destino

percorri errantes trilhas

até pisar as terras longinquas

do teu sensível coração

Fiz coisas iníquas

que não merecem perdão

tentei me apossar do teu ser

fazendo o que mais sei fazer:

pescar com palavras de isca

amor na flor d'água que se arrisca

E no teu rio claro me sentei

da beira lancei meu anzol

Confesso que tentei

fingir ser a luz ser um sol

mas me mostraste um olhar

que brilha como um farol à noite

para fugir lancei-me ao mar

mas não escapei do açoite

das ondas e da tua luz

Este poema pode continuar

pela tua boca

atreva-te daí a rimar

se o abandono não te fez rouca