A Frase da Madrugada

O movimento cessou

A noite chegou.

Não há mais morcegos na caverna

O sombrio e suas possibilidades ínfimas

Braços para cima não me farão percebidos

Nada restou

Cadê os livros? - Sem saco.

E a TV? - Tem certeza?

O Modem quebrou

Correios eletrosônicos estão mudos

Só. Você só

Mais nada resta (meu caro!)

A morte cinésica agora impera

Pedra, muro, teia desabitada

Corpo, idéia... elas, sempre elas

Fluídos de caldalosas cachoeiras

Lembro que gosto disso

Idéia atômica e sua dinâmica aleatória

Energia concentrada de fonte e destino desconhecidos

Você (vocês) me acompanham

Plasmado agora pelo ducto das letras

Manifestem-se, pois só acredito no que vejo

Vem não tarda, a hora é essa

Preenche minha lacuna interrogatória

Alavanca-me da inércia doente e estéril

Giro o caleidoscópio e só as vejo

Letras, palavras, sons, idéias.

Sorrio de canto de boca. Serei mago?

Não.

Jung me disse que sempre estiveram aqui