Eu não quero escrever poesias
Há 3 tipos de poemas:
Os que falam só de amor, os que falam do amor perdido e o da saudade do amor.
O resto é chato
São palavras que buscam transcender o idealismo insuperável
É por isso que acredito no amor
Não é idéia, é sentimento
É a palavra no dicionário que ninguém entende, mas todo mundo sente
Eu não acredito em metafísica
É muito científico e pobre em explicação e conclusão
É colocar um ponto final na palavra rica
A palavra quer se soltar, quer falar “mais que a boca”
Eu acredito na perspectiva, no ângulo, no novo olhar
Se eu falar de amor me confundo
Eu acredito no impulso, no sentimento, no avante cego
Se o amor me rejeita, perco a fala e ganho na escrita
Se me pedem para escrever um poema, eu transcendo a metafísica
Eu a coajo a agir da minha forma para que as palavras fiquem soltas e inusitadas
No mar de perguntas não desejo nenhuma resposta
Desejo outras perguntas sem fundamentos
Para depois pensar nas palavras que nunca se encaixam
Na vida que nunca é o que a gente quer
Na vida que não significa o que queremos
Se uma coisa eu descobri nessa vida, é que as palavras e a vida devem ser sentidas
É por isso que não acredito em metafísica
Elas destroem os sentidos e limita o pensamento
Gosto da minha cabeça voando em arranha céus a ponto de despencar
Sou louco pela loucura
É o gesto nobre de colocar asas e voar
Ai já não existem mais palavras
Só sensações e percepções
A vida é um navio
As palavras são os marinheiros
A loucura é como o mar: tempestuoso; hora calmo; hora brilha; hora é quente; hora é frio; hora é límpido; hora preto; e sempre salgado, de propósito, só para ninguém gostar e para contrariar.
E o amor... são as terras que não quero ir.