CASA DO TEMPO PERDIDO

No desencontro de nós

Hesito em ir por aquela rua

Aquela que escondia o sol.

Não pódíamos amar

Na casa do tempo perdido

Distráídos nada sabíamos.

Era eu uma flor alentada

Borboleta em vôos flamentes

Na réstia de tua lucidez..

Só nos restava o olhar

Luz intensa dos silêncios

Daqueles momentos rarefeitos.

Nos embargávamos lá

Guardando os sentimentos

Nos baús daquela casa.

Nada percebíamos do fulgor

Do tempo da saudade

Do florescer da cerejeiras.

Amanheceu cedo então

Percebemos na dor do dia

A morte lenta das folhas-cerejeiras.

À noite não havia amor

Nem no beijo ou abraço trocados

Só aquela luz marfim opaca.

Por fim chegamos aqui

Linhas e universo de rimas

Pleiteando nossa colorida dor.

Agora importa esta hora

Nossos segredo enganos

Esta ousadia do coração.

Da casa do tempo perdido.

Iára Pacini