Labor

Meu poema chora

Chora porque demora,

a luz dos versos.

Um grito

Um anúncio

Um Prenúncio

São versos derramando

Poema choramingando, choraminguando, fases do poema .

Sons rastejando as páginas, paredes do ventre,

Rastros, passos para adentrar a selva

Conhecer o mundo

Poema é seiva que escorre no outro

O poema luta

Lutas

Luas

Vozes tuas

Gritos do poema

Sons dissonantes,

Lágrimas que não servem

Não constroem poema

Esforço de corpo, corpus, aos poucos, o poema,aos versos, aos berros de quem quer sair

Entrar na glória da leituras, releituras das construções, desconstruções, da sobrevivência,

o sentir sempre, a abstração do poema

O grito

inocência na culpa de ser

Ser o que não é

E querer ser.

Ser

Poesia é Floresta densa

Intensa

Tensa tensa

Inspiração é conspiração da poesia

escrever é apagar pegadas,

Rascunhar versos

Refazer os versos

Lamber os versos

Luta vã de Drummond !!??

O poema chora

Chora porque demora, a luz dos versos.

Neucivaldo Moreira
Enviado por Neucivaldo Moreira em 21/06/2006
Código do texto: T179781